O coordenador do curso de graduação do IESAPM faz um balanço sobre o início das aulas e os cursos de extensão.
Em 2019, a Associação Paulista de Medicina iniciou o projeto de implementação de um instituto de ensino superior em sua sede estadual. Em abril daquele mesmo ano, foi feita a solicitação ao Ministério da Educação para avaliação da estrutura física do edifício, documental e pedagógica. Com as aprovações que se seguiram, nascia o Instituto de Ensino Superior da Associação Paulista de Medicina (IESAPM).
Além dos cursos de extensão oferecidos aos médicos e outros profissionais da Saúde, teve início neste ano a primeira turma da graduação de Tecnologia em Gestão Hospitalar. Em entrevista à Revista da APM, o coordenador do curso, João Luiz de Souza Lima, relembra o processo de estruturação do IESAPM, que tem como missão formar profissionais éticos, críticos, criativos e participativos a fim de contribuir para o desenvolvimento científico, econômico, social e cultural da sociedade. Confira!
Como foi o processo de estruturação do IESAPM?
Tendo em vista todo o histórico da APM, seu presidente (José Luiz Gomes do Amaral) queria uma vertente educacional na instituição. Imaginávamos, inicialmente, cursos de pós-graduação, mas com a evolução das ideias, incluímos a graduação porque, quando você interliga os dois, tem o processo completíssimo. Demos entrada no Ministério da Educação em 2019, passando por todas as fases com votos favoráveis. As duas primeiras visitas foram das comissões atreladas ao curso presencial, foi amplamente aprovado em 2021. A pandemia de Covid-19 atrasou a visita das duas comissões voltadas à graduação na modalidade de EAD, que está na fase final de aprovação.
Como está sendo a experiência com a primeira turma da graduação presencial?
Nosso primeiro curso de graduação, de Tecnologia em Gestão Hospitalar, é moldado não só para hospitais, mas para diversos segmentos da Saúde. Os alunos são uma mescla dos que já atuam no mercado de trabalho com os querem migrar para a área. As aulas são muito interessantes, porque eles são bastante questionadores e próximos dos professores. São estudantes extremamente interessados, que sabem dar valor ao tempo e investimento. O objetivo do IESAPM é proporcionar um ensino de primeiro nível para os alunos, tendo em vista a metamorfose que está ocorrendo no mercado de trabalho, em níveis tecnológicos.
Poderia fazer um balanço em relação aos cursos de extensão?
A primeira atividade de ensino do IESAPM foi a capacitação básica de Telemedicina, em maio de 2020. Até fevereiro deste ano, quando foi encerrado, o curso teve mais de 1.500 alunos. Além dele, temos outras sete atividades de extensão atualmente disponíveis de forma on-line [confira na pág. 27], para médicos, outros profissionais de Saúde e público em geral, superando a marca total de três mil alunos. Os cursos de extensão – que precisam representar 15% da grade das instituições de ensino superior – são uma importante integração entre faculdade e mercado de trabalho. O balanço está sendo muito positivo até agora, e temos um horizonte muito importante pela frente.
Quais são os diferenciais do Instituto para os alunos?
Primeiro, o corpo docente é formado por mestres e doutores. E todos atuam no mercado de trabalho na área da Saúde, alinhando teoria e prática. Procuramos ainda montar o Instituto dentro dos padrões internacionais de educação, com experiências de instituições de referência na área da Saúde. A própria infraestrutura da APM é uma marca importante, já que as salas de aula foram projetadas com lousas digitais, além de termos uma importante biblioteca, física e virtual, atualizada e com obras clássicas. O ambiente virtual de aprendizagem é outro ponto positivo, com plataforma para navegação de forma intuitiva, agradável e simples.
Qual a importância de ter uma instituição do porte da APM como mantenedora?
Poucos centros de ensino no Brasil têm essa característica de ter como mantenedora uma entidade de classe tão tradicional, de 91 anos. Eu posso contar nos dedos e citar os poucos exemplos que conheço, como a Associação Comercial de São Paulo, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica e o Instituto Superior Tupy, em Joinville (SC), que forma seus próprios funcionários. Com este modelo, percebemos a integração teórica e prática de forma profunda.
O que podemos adiantar em relação aos planos futuros do IESAPM?
Iremos lançar três cursos de pós-graduação que apresentamos ao Ministério da Educação – direcionados a profissionais da Saúde: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas etc. Dentre eles, teremos um sobre Negócios Digitais para a Saúde. Com as novas dinâmicas por conta da pandemia, tivemos a aprovação de vacinas em curto espaço de tempo, e outro curso que estamos estruturando terá enfoque na importância das indústrias farmacêuticas na produção dos imunizantes. Estamos sempre acompanhando e trazendo as tendências do mercado para o IESAPM.
Publicada na edição 731 – maio de 2022 da Revista da APM
Fotos: Marina Bustos